Caminhar : é um acto de paciência
Pode
parecer um pouco tolo, mas tenho a impressão de que a partir do momento
em que comecei a fazer caminhadas de longa duração, me tornei mais
paciente.
Caminhar várias horas seguidas e muitas
das vezes sozinha, implica ter tempo para reflectir, fazer auto-análise,
repensar a vida, dar asas aos sonhos e pensamentos e observar o que nos
rodeia.
O facto de ir a pé e ver a paisagem mudar lentamente ou ver a meta ao fundo, mas nunca mais lá chegar, implica ter paciência e resistência psicológica.
O facto de ir a pé e ver a paisagem mudar lentamente ou ver a meta ao fundo, mas nunca mais lá chegar, implica ter paciência e resistência psicológica.
Quando já conhecemos o trajecto, por um
lado pode tornar-se aborrecido se muitas vezes repetido, mas a vantagem é
que sabemos os melhores sítios de repouso, as partes mais exigentes ou
que depois daquela curva chegamos ao destino. Pelo contrário, quando o
percurso é desconhecido e o horizonte apesar de nos aparecer à frente,
leva horas a ser alcançado, é um desconsolo e com o cansaço é preciso
muita determinação para não desistir ou dar lugar ao desânimo.
Que me desculpem os ciclistas e
bicigrinos, pois nem andar de bicicleta sei (ainda!), mas parece-me que o
desafio será diferente. Enquanto que a pé podemos levar 3 dias a
percorrer campos de trigo (Caminho Francês), o que se torna extremamente
monótono e desgastante, de bicicleta bastará apenas um dia. No entanto,
caminhar dá-nos tempo para nós próprios e para os outros,
proporcionando óptimos momentos de partilha.
Eu, coach potato, que não gostava de
qualquer espécie de exercício físico, passei a apreciar as caminhadas e
até a sentir falta delas quando não as faço. Quem diria, hein?!
;-)