lunes, 14 de enero de 2013

Lo que tiene que saber el Peregrino



O que é Peregrinar?

Origens da Peregrinação
No mundo antigo, as peregrinações, consideradas no geral e desde um ponto de vista histórico e religioso, faziam referência a uma viagem empreendida individual ou colectivamente para visitar um lugar santo, uma cidade ou um templo consagrado pela recordação ou pela presença de um herói, de uma divindade ou de um poder sobrenatural.
A peregrinação, assim considerada, encontra-se assim desenvolvida em quase todas as religiões e culturas, desde a pré-história até os mais elevados círculos religiosos e culturais. Paralelamente a este fenómeno da peregrinação, está o da transladação dos restos ou relíquias do herói para beneficiar-se, pela influência da sua proximidade, em momentos de muito perigo.
As Peregrinações Cristãs
As peregrinações entre os cristãos têm as suas raízes no Antigo Testamento com Abraão como modelo e, com o proceder do povo de Israel que peregrinou (Êxodo, culto em Jerusalém, etc.). Jesus seguiu este mesmo costume peregrinando a Jerusalém.
A Igreja, nos seus começos, seguiu a praxis de Israel: visitavam-se e veneravam-se os Santos Lugares (sobretudo até o ano 66) que aparecem no Novo Testamento como testemunhas de presença de Jesus e que foram santificados com a sua morte.
Posteriormente, as cruzadas, surgem em modo de peregrinações armadas, que se põem em marcha em 1095, quando os muçulmanos ameaçavam cortar o acesso, aos cristãos, aos Santos Lugares. A peregrinação aos Santos Lugares permanece viva nos nossos dias.
O culto aos Santos e as suas relíquias, começa com o culto aos mártires, considerados como testemunhas da nova fé, celebrando as suas virtudes cristianas, o seu valor, dignidade e o seu testemunho que selam com a sua própria vida.
Sobre os túmulos dos mártires levantaram-se basílicas que se enchiam de fiéis no dia de seu aniversário (que não correspondia com o dia do seu nascimento, como no caso dos pagãos, mas com o do seu martírio”dies natalis”). Ao princípio, o culto tinha um carácter estritamente local, mas rapidamente acudiram verdadeiras multidões, a vezes de regiões remotas. A invocação aos mártires podia se realizar em qualquer lugar mas, era sem dúvida, no seu túmulo onde esta invocação tinha mais eficácia e onde se prodiziam os feitos milagrosos mais relevantes.
Peregrinar não é apenas andar
Ao optar-se por este enfoque é necessário o vincular com a causa que o gerou. As vezes, frequentemente, encontram-se orientações que caem neste reducionismo, sobretudo depois da declaração feita pelo Conselho da Europa ao declarar o Caminho de Santiago como Primeiro Itinerário Cultural Europeu. Sem a dimensão da fé não existiria a dimensão cultural. No caso de prescindir da fé estaríamos a nos situar fora do que é peregrinar e careceria de sentido. Neste caso seria apenas classificada como marcha, desporto, turismo, etc.
Primeiro surgirão os peregrinos, depois o estímulo da Igreja e o Jubileu: No caso de São Tiago, durante os primeiros séculos do cristianismo havia um culto local (como se descobriu nas escavações de 1945-1957, ao aparecer um cemitério cristão datado dos primeiros séculos, junto ao túmulo do Apóstolo). Nos inícios do século XI, este culto deu-se a conhecer através do Sacro Romano Império, posterior a Carlos Magno, a toda a Europa, que se sentia atraída pelo Túmulo Apostólico de São Tiago. Com o fluxo, cada vez mais numeroso de peregrinos, os Papas estimularam a peregrinação recomendando-a e oferecendo indulgências aos peregrinos. Neste contexto surgiu a graça singular que foi o Jubileu Compostelano concedido em 1122 por Calixto II, e confirmado especialmente por Alexandre III em 1179.
Peregrinar não é apenas andar sobre um caminho (no caso da peregrinação a pé) ou realizar um determinado número de quilómetros; Trata-se de andar num caminho motivado “por” ou “para algo”. Tem a peregrinação um sentido motivador e uma riqueza pessoal e religiosa que é necessário descobrir.
A peregrinação pode fazer-se por qualquer caminho e por qualquer meio de transporte, sempre que se tenha a intenção de a realizar e que se respeitem as condições estabelecidas.
Finalidade da Peregrinação
O Homem na sua vida é, definitivamente, um peregrino: um ser em busca de si mesmo, da sua própria identidade e da transcendência (Homo viator). É por isso que a peregrinação aporta o carácter simbólico de plasmar visivelmente o caminho que se recorre interiormente. O que constitui a alguém em peregrino? É a intencionalidade que tem o que realiza a peregrinação com fé; a isto há que juntar-se o cumprimento das condições e o significado que lhe atribui a Igreja.
Os santos, que são o modelo dos crentes, concebem o tempo da vida como uma passagem, a Bíblia utiliza expressões como as de um povo nómada, que hoje coloca a sua tenda aqui e amanhã noutra parte. Santa Teresa de Jesus escrevia que a vida é ”como uma noite em uma má pousada”.
Em resumo, o tempo da nossa vida é como uma peregrinação que tem um ponto de partida, um caminho que recorrer e uma meta a que devemos chegar: somos ”homo viator”.
Condicionantes e circunstâncias actuais da peregrinação
O Homem vive numa sociedade complexa e condicionante. Nesta sociedade o homem preocupou-se em a organizar e pretendeu emancipar-se da sua existência. Em grande medida o homem reduziu o drama da sua existência ao desenvolvimento do processo produtivo e aos desequilíbrios que este leva consigo.
No entanto, para o “Homo religiosus”, a sua inquietude central transcende. A vida não é apenas a espera do fim, senão uma peregrinação como visão antecipada. Necessitamos explorar o nosso mundo interior, descobrir em si mesmo o eco da harmonia.
O sentido espiritual da Peregrinação
 
A tradição das peregrinações cristãs tem as suas raízes na concepção peregrinatória do povo de Israel: Um povo que ao encontrar a liberação da realidade que o oprimia, ao peregrinar pelo deserto, adquire consciência de povo em caminho, peregrina pela vida até a terra da promessa. Jesus viveu este ambiente e ele mesmo peregrinou como faziam no seu tempo os judeus observantes.
No Novo Testamento, até o ano 66 as comunidades cristãs podiam peregrinar ao Templo de Jerusalém. Posteriormente, as constantes persecuções e consequentes destruições da cidade, fizeram impossível a visita aos Santos Lugares. Mais tarde, com o estabelecimento da paz, no século IV, e a reconstrução dos Santos Lugares evocadores dos Actos sagrados do Antigo e do Novo Testamento, começam a ser visitados e revitalizados como centros privilegiados de peregrinação. O contacto com estes lugares provoca no peregrino a ânsia de inserir-se na mesma história de salvação.
A peregrinação supõe uma certa ruptura com o mundo e com a “pátria”, evoca a figura de Abraão, nosso pai na fé, que se pôs a caminho até a terra prometida por Deus. A atitude do patriarca convida a considerar a vida terrena como um exílio: “longe do Senhor”. O peregrino que se põem a caminho, motivado pela fé e a esperança, vai descobrindo a sua comunhão com os que o precederam e com os que na actualidade peregrinam e desta maneira se torna “concidadãos dos Santos e membros da casa de Deus”.
O Homem é, por natureza, “viator” já que não tem na terra uma cidade permanente, antes anda a procura da do futuro. A aspiração mais profunda do homem é a de alcançar a Deus. E antes de alcançar esta meta, o Homem que se encontra exilado, longe do Senhor, descobre que o caminho é duro e, frequentemente, é um andar as apalpadelas. No entanto, neste caminhar, o Senhor vai abrindo o caminho. Ele mesmo se faz: “Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida” (João 14, 6).
A reflexão cristã convida a que cada um se considere a si próprio como um “peregrino”, isto é, um estrangeiro, alguém que habita em terra estranha e que caminha para a pátria definitiva que se alcança através do Pai, através da morte. A comparação entre a vida terrena como peregrinação e a celestial foi frequente em S. Paulo, bem como nos escritores e ascetas cristãos de todos os tempos. 

(Del blog São João da Cruz dos Caminhos)


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